........O meu poema, na íntegra:
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POEMA À ALFARROBEIRA
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Aqui, respiro a tranquilidade desta
alfarrobeira
impassível às monções do tempo,
o tumulto das estrelas circulando.
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Ela desconhece o meu culto a estes
lugares
esta sensação de entardecer as cinzas
no lugar das memórias,
e no entanto,
parece que entende o meu regresso
comovido
na premunição de estar aqui
e aqui respirar a sua presença chã.
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Deita sobre mim a sombra
do entendimento reencontrado
com folhas dóceis rumorejando raízes
antigas
da inocência.
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Cala-me a voz
se ouço o mesmo pintassilgo incerto,
se vejo um traço de frescura na pele
dolorida
do seu tronco,
um aroma vagaroso nas silvas
que debatem as leis da terra.
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A minha alfarrobeira aqui plantada
transporta-me a um passado urgente
de cenas inacabadas
idas em cinzas, em redemoinhos de ar
ao outro lado dos vestígios das aras
primitivas,
a seiva rústica, primitiva, do meu
sangue.
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O grande poeta Leonel Neves, já falecido, também ficou aqui perpetuado.
A representá-lo esteve sua filha, Ana Maria.
E eu, seu primo, fui indigitado para ler o seu poema.
-E eu, seu primo, fui indigitado para ler o seu poema.
Ana Maria plantando a alfarrobeira de seu pai. |
Eis o excerto do poema, agora gravado em O PASSEIO DOS POETAS.
(…)
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A
amendoeira, de namorar…
Amante
esplêndida, a figueira…
Mas moça
séria, para casar.
……- a
alfarrobeira!
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(excerto)
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O Dr. Júlio Barroso (o segundo, na imagem), presidente da Câmara Municipal de Lagos. |
Ao fundo e ao centro, Deodato Santos, promotor e organizador do evento. |
A sessão está a terminar. A noite vem aí. |
O evento encerrou com um concerto no Centro Cultural
de Barão de São João, com notáveis interpretações em guitarra clássica, flauta e violoncelo, por Paulo Galvão,
João Bandarra, Joaquim Galvão e Bruna Melia.
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*As fotografias são de Filomena Carmo e Antonieta Pestana.